25 de agosto de 2019

Um dia seremos apenas um retrato na parede!


Crônica para o fim de semana -

Aproveite a sua vida! Um dia seremos apenas um retrato na estante de alguém, depois, nem isso... (Igor Brito Leão).
Você conheceu seus bisavós?
Alguns não conheceram seus pais, outros não conviveram com seus avós. Mas poucos se relacionaram com os seus bisavós.
Fixo-me nesse ponto da linha dos nossos ascendentes, os pais dos nossos pais, apenas como uma referência, para poder seguir com minha abstração.
No momento, tenhamos nós mesmos como ponto de partida desta divagação: você tem um filho. Ama-o em sua plenitude. Adiante, este filho lhe traz um neto. Talvez o amor por este neto seja multiplicado, já que netos chegam em um momento de nossas vidas em que estamos carentes, saudosos do nosso passado. Mais adiante, esse neto tem um filho. Agora, somos bisavós. O amor é gigante, mas talvez não tão intenso, pois provavelmente estaremos passando por dificuldades, lutando por nossa frágil saúde, próximos ao fim de nossa existência, e, quiçá, com as faculdades mentais hígidas. Essa debilidade física nos impedirá de termos um amor equivalente ao que tivemos por nossos netos, por uma questão natural de auto sobrevivência. Nesse débil momento de nossa saúde, aliado à pouca idade do nosso bisneto, que não terá a maturidade necessária para entender a importância de quem somos para eles, fará com que cheguemos a uma primeira conclusão: o ápice do nosso momento afetivo existencial é quando nos tornamos avós.
O segundo ponto a ser considerado: se perguntarmos quem foram os nossos tataravós, a coisa complica. Muito poucos saberão sequer os seus nomes. E, acredite, sem a existência deles, nós nem teríamos existido. 
Então, vem a segunda conclusão: não obstante o fato de nossos ancestrais mais distantes terem sido imprescindíveis à nossa existência, nós nem sabemos de quem se trata. 
Sabermos que em um dia qualquer não estaremos mais aqui, dá-nos uma lição de humildade significativa. Tudo que é tangível, que viermos a amealhar aqui, aqui será deixado. O intangível, nossas lições de vida, nossos ensinamentos, o amor que tivermos doado, esses se perpetuarão no coração daqueles que tocamos. 
A nossa existência afetiva sobrevive a poucas gerações. Não dura sequer um século. E, convenhamos, o que significa um século em um mundo de milhões de anos? Nada! 

Então amigos. Aproveitem cada dia das suas existências! 
Regozijem-se da dádiva do viver! Não sabemos o que virá após a nossa passagem. Talvez sejamos eternos em nossa essência. Mas o período no qual existiremos, as pessoas com as quais conviveremos, os nossos amores, as nossas alegrias serão únicas para aquele intervalo de tempo. 

AUTOR: