29 de outubro de 2010

Ah, o amor... Quantas reflexões, indagações e questões!




Quanta perda de tempo entre a certeza da nossa necessidade de amar e os conflitos gerados por um convencionalismo besta criado pelas sociedades hipócritas e pelas igrejas fincadas num princípio sórdido de que amar é um sujo pecado.
Nascemos filhos de Deus e trazemos em nosso âmago, além do desejo genuíno de sermos felizes, um órgão anatômico produzido para o prazer. Ora, por que, então, não fomos fabricados pelo Divino somente com os órgãos da procriação?
Quando pequeninas, na nossa pureza, no nosso cantinho mais gostoso, descobrimos a delícia das carícias que, involuntariamente ou instintivamente, nos proporcionamos ao tocarmos inocentemente nosso abençoado clitóris e tamanha nossa ingenuidade, levamos até a nossa querida mamãe esta experiência tão sublime pra nós. E é aí, na maioria das vezes, que definitivamente nos separamos da nossa felicidade. "Minha filha, pelo amor de Deus, esqueça isto. Não toque nunca mais aí. Isso é muito feio, isso é muito perigoso, isso é sujo, é pecado, Deus está vendo... sua mão vai cair..."
E somos mesmo capazes de nos vermos sem mãos um dia, tamanha a influência materna e religiosa sobre nós. É uma lástima que ainda na atualidade meninas estejam sujeitas a bloqueios sexuais, às vezes irreversíveis, criados por mães desinformadas e inexperientes, desatenciosas, na verdade, porque viveram o mesmo problema e são infelizes na sua individualidade e na sua vida conjugal e mesmo assim, incapazes de lutarem e buscarem orientação para si e suas filhas, vem passando como herança o peso de uma existência inócua ao prazer e as energias que este sentido nos oferece.
Sendo assim, é sempre muito importante lembrar que sexo é fonte inesgotável de energias. Com a orientação apropriada, a energia sexual é um rico tesouro de alegria, felicidade e paixão. Ela é uma ferramenta para criar e manter o nível ideal de saúde e vitalidade, transmutando uma vida medíocre em uma vida genial, transformando uma vida infeliz e estressada em uma vida plena de sucessos e realizações. Este é seu poder! A melhor maneira de se manter fisicamente e mentalmente saudável é nunca deixar de praticar atividades físicas, mentais e sexuais.
Técnicas comportamentais como o pompoarismo, por exemplo, tem contribuído muito para que mulheres de todas as idades redescubram o prazer, recuperem auto-estima e melhorem sua qualidade de vida. Associado ao pompoarismo, terapias relaxantes como a reflexoterapia podal, a terapia Floral de Bach, que é capaz de levar o indivíduo ao auto-conhecimento, bem como a psicoterapia holística, que é extremamente eficaz na classificação do perfil da pessoa, são instrumentos valiosos que utilizados na medida certa, geram equilíbrio e felicidade.

Texto de Jussara Hadadd, terapeuta holística, especializada em sexualidade




28 de outubro de 2010

A Alegria na Tristeza


O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.
O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.
Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música.
Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.Sentir é um retiro, fazer é uma festa.
O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido.
Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.
Triste é não sentir nada.

Autora: Martha Medeiros



9 de outubro de 2010

Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará

"Coitada, foi usada por aquele cafajeste". Ouvi essa frase na beira da praia, num papo que rolava no guarda-sol ao lado. Pelo visto a coitada em questão financiou algum malandro, ou serviu de degrau para um alpinista social, sei lá, só sei que ela havia sido usada no pior sentido, deu pra perceber pelo tom do comentário. Mas não fiquei com pena da coitada, seja ela quem for. 
Não costumo ir atrás desta história de "foi usada". No que se refere a adultos, todo mundo sabe mais ou menos onde está se metendo, ninguém é totalmente inocente. Se nos usam, algum consentimento a gente deu, mesmo sem ter assinado procuração. E se estamos assim tão desfrutáveis para o uso alheio, seguramente é porque estamos nos usando pouco. 
Se for este o caso, seguem sugestões para usar a si mesmo: comer, beber, dormir e transar, nossas quatro necessidades básicas, sempre com segurança, mas também sem esquecer que estamos aqui para nos divertir. Usar-se nada mais é do que reconhecer a si próprio como uma fonte de prazer. 
Dançar sem medo de pagar mico, dizer o que pensa mesmo que isso contrarie as verdades estabelecidas, rir sem inibição – dane-se se aparecer a gengiva. Mas cuide da sua gengiva, cuide dos dentes, não se negligencie. Use seu médico, seu dentista, sua saúde. 
Use-se para progredir na vida. Alguma coisa você já deve ter aprendido até aqui. Encoste-se na sua própria experiência e intuição, honre sua história de vida, seu currículo, e se ele não for tão atraente, incremente-o. Use sua voz: marque entrevistas.  Use sua simpatia: convença os outros. Use seus neurônios: pra todo o resto. 
E este coração acomodado aí no peito? Use-o, ora bolas. Não fique protegendo-se de frustrações só porque seu grande amor da adolescência não deu certo. Ou porque seu casamento até-que-a-morte-os-separe durou "apenas" 13 anos. Não enviuve de si mesmo, ninguém morreu. 
Use-se para conseguir uma passagem para a Patagônia, use-se para fazer amigos, use-se para evoluir. Use seus olhos para ler, chorar, reter cenas vistas e vividas – a memória e a emoção vêm muito do olho. Use os ouvidos para escutar boa música, estímulos e o silêncio mais completo. Use as pernas para pedalar, escalar, levantar da cama, ir aonde quiser. Seus dedos para pedir carona, escrever poemas, apontar distâncias. Sua boca pra sorrir, sua barriga para gerar filhos, seus seios para amamentar, seus braços para trabalhar, sua alma para preencher-se, seu cérebro para não morrer em vida.
Use-se. Se você não fizer, algum engraçadinho o fará. E você virará assunto de beira de praia.


5 de outubro de 2010

Que delícia de carícia !



Carícias preliminares, beijo na boca, no pescoço e na orelha. Mãos que passeiam pela nuca, pelos ombros, pelas pernas, ui! Que delícia sentir o toque da pessoa desejada. Que delícia namorar, namorar e namorar antes de qualquer coisa.
Beijar na boca tem um sentido de tudo. Reparem só como é impossível viver um amor sem beijar na boca. Sem beijar na boca quer dizer claramente que está tudo errado. Fazer amor sem beijar na boca tem graça? 
Carícias! Como são importantes as carícias que envolvem o casal e o momento em que estão querendo se amar. Está certo que cada hora é de um jeito e todo jeito é bom pra quem está a fim de ficar junto. Mas aquela vez que envolve carícias, muitas carícias, deixa lembranças maravilhosas, não é mesmo? 
E não tem essa de que é só a mulher que gosta e que precisa. Muitos homens fazem questão absoluta de muita preparação. Tenho ouvido casos bem parecidos aos das mulheres, contados por elas mesmas sobre os seus parceiros. Tem tudo a ver. Muitos homens já não estão mais conseguindo partir para o ataque a sangue frio. O estresse, o cansaço do dia a dia, a cabeça cheia de problemas. É que eles também estão precisando de carinho, de envolvimento, de massagem, enfim, de bons motivos para revelar a fera que existe em cada um. 
As mulheres, nem se fala. São cristais que, apesar de hoje em dia estarem mais ousadas e seguras do que querem, não dispensam um bom clima de romance para começar o que querem. Ah, importantíssimo, também não dispensam os arremates finais. Ficar deitadinha no ombro dele, ganhando beijinhos, dizendo coisinhas melosas, hum... É o sonho de muita mulher. 
Nada contra as rapidinhas, mas com carícias, com carícias se vai mais longe, com carícias se suspira se arrepia e se contorce. Que delícia o casal que cresce junto e que consegue manter isso indo muito além da obrigação conjugal a cada vez que se encontram na cama. Muitos casais conseguem isso e isso é simplesmente encantador, apaixonados depois de tantos anos. 
Muitos infelizmente se entregam ao desgaste e aos conceitos plantados pela sociedade de que o casamento de alguns anos não pode oferecer paixão, prazer e alegria. Que bobagem, perderam tanto tempo cuidando de coisas tão menos importantes e se esqueceram de cultivar o principal, o carinho entre eles. Aí realmente, em casa não tem graça mesmo. Gente, as pessoas na grande maioria se casam apaixonadas. Onde é que isso foi esquecido? Por que valores aqueles foram trocados? 
As zonas erógenas como pescoço, orelhas, seios, virilhas, pernas, nádegas e costas, quando acariciadas levam a um estado orgástico capaz de inundar de prazer qualquer relação. 
Mãos a obra! Usem e abusem das carícias e estendam seu prazer ao limite das estrelas


Jussara Hadadd. 
Terapeuta holística, especializada em sexualidade