28 de dezembro de 2014

Olhe para todos a seu redor...

Olhe para todos a seu redor e veja o que temos feito de nós. 
Não temos amado, acima de todas as coisas. 
Não temos aceito o que não entendemos
 porque não queremos passar por tolos. 
Temos amontoado coisas, coisas e coisas, mas não temos um ao outro. 
Não temos nenhuma alegria que já não esteja catalogada. 

Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora, pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. 
Não nos temos entregue a nós mesmos,
 pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. 
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. 

Temos organizado associações e clubes sorridentes 
onde se serve com ou sem soda. 
Temos procurado nos salvar, mas sem usar a palavra salvação 
para não nos envergonharmos de ser inocentes. 
Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de ciúme e de tantos outros contraditórios. 

Temos mantido em segredo a nossa morte
 para tornar nossa vida possível. 
Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. 
Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, 
sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. 
Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos o que realmente importa. 
Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. 

Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. 
Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. 
Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. 
Temos chamado de fraqueza a nossa candura. 
Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. 
E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia. 

Clarisse Lispector


21 de dezembro de 2014

A lógica da vida...

Várias vezes, a maior parte de nós deseja tomar uma atitude diferente da que geralmente toma em muitas situações da vida. Nem sempre, no entanto, as coisas saem como planejado.
Maturidade reflete controle impreciso sobre si mesmo. Mas quem dirá que não se trata de um hábito de reações naturais, em que o que antes era temeroso ou estranho, passa a não importar mais. Não se trata só de sinônimo da vida adulta, mesmo porque isso pode significar muitas e muitas coisas diferentes.
Acreditamos em verdades. Mas ao pensar que se trata de uma questão aberta, em que muitos profetizam qual o caminho a ser seguido, taxando-o de"certo ou errado", como se houvesse fórmula universal perfeita para todos os humanos, facilmente veremos que "a tal verdade" não existe. Ouso em dizer que não existe sequer este certo e errado, e imagino que agora vc deve estar criando um pensamento de "o que acabei de ler está certo/errado". Pois é, não é fácil nos distanciar do julgamento.
Sinceramente, a ausência de regras é muito atraente. Pessoas que possuem uma lógica própria e não simplesmente aquela estampada em livros de psicologia. O ser humano é diversidade. As pessoas tendem a distanciar do diferente por receio de que o "desconhecido" venha a dar um bote quando menos esperar.
Ontem, disseram-me que percebemos que gostamos de alguém, não por suas qualidades, mas por seus defeitos. O pior é que isto não é insano. Senão, vejamos: existem certas características que somos extremamente intolerantes, mas sempre existirá aquela(s) pessoa(s) que tem tantos defeitosquanto você, mas isto não se torna o cerne do relacionamento, não se trata de ser apenas suportável, mas, simplesmente, você tem paciência (de entender ou seja lá o quê) e principalmente existe a sintonia de trocas . Sintonia, pela necessidade de algo compatível, e troca, pela necessidade decrescimento mútuo. Aquilo que não lhe acrescenta e não permite que você acrescente, não merece que lhe façamos parte = Reunindo todas essas característica, dá-se o que eu chamo de amizade, que por sinal é a base de todos os tipos de relacionamento.
A lógica da vida é essa simplicidade de permitir agir de acordo com seus princípios. Até porque, na real, não existe conceito absoluto, somos e sempre seremos uma obra interminável, em constante construção. Então, nos permitamos errar, sem essa presunção de perfeição, até porque, se o objetivo é alcançar a perfeição, certamente, a natureza humana não seria o bioma mais adequado para sua consecução .

Jéssica C. escritora e poeta


17 de dezembro de 2014

Mudanças nos papéis que vivemos na vida


Cada vez que a vida nos propõe um novo papel ou uma nova função, precisamos buscar referências para este desafio. Para desempenhar uma atividade pela primeira vez deve-se ter uma referência de fora, emprestar de outros o modelo. Assim como um ator, que, para interpretar um novo personagem, precisa fazer uma pesquisa sobre ele, nós, na vida real, também precisamos.
Essa busca por referências pode começar na família, incluir informações obtidas na literatura, nos filmes, com heróis históricos ou personalidades da atualidade. Quando lemos sobre heróis ou personalidades famosas, aprendemos novos comportamentos, e podemos prestar atenção às atitudes que dizem respeito à nossa própria fase de vida.
A grande dificuldade está em encontrar, no mundo atual, personalidades e heróis que sirvam de modelo. Muitas vezes, os pais viveram em épocas e lugares tão diferentes dos filhos, ou tiveram uma vida financeira díspar da que eles próprios ofereceram a seus filhos, que fica difícil ter, na família, uma referência.

Onde encontrar nossas referências?

A velocidade com que o mundo muda e os questionamentos sobre os valores atuais também podem gerar dificuldades na busca por modelos. Já não é possível ser pai ou mãe da mesma forma que nossos avós foram, por exemplo. A vida não ocorre mais tão perto de casa, as distâncias físicas aumentaram, crianças passam o dia todo na escola, as mães trabalhando período integral fora de casa. Como educar as crianças sem culpa? É para isso que precisamos pesquisar novas referências. 
É preciso se educar para cada novo papel que desempenhamos na vida. Não podemos acreditar que estamos automaticamente prontos para enfrentar situações novas, sem qualquer preparo. E se o mundo carece de bons modelos reais, a literatura, a internet, os filmes oferecem muitas alternativas.
Sem referências estamos perdidos! Sem um mapa não achamos o caminho facilmente. Sem ajuda de códigos nos sentimos atônitos em territórios desconhecidos. Para desempenharmos novos papéis na vida também precisamos de inspirações para termos alternativas de um desempenho tranquilo.

Vivian Schindler Behar, psicóloga.

15 de dezembro de 2014

Um arco íris de cores


Eu considerei a glória de um pavão ostentando o esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O pavão é um arco-íris de plumas.

Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.

Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.

10 de novembro de 2014

Orientação homosexual: normal ou anormal?


A História e as pesquisas antropológicas têm
mostrado que a homossexualidade é um fenô-meno quase que universal.
Homens e mulheres afirmam, categoricamente, sua heterossexualidade. Não é difícil em sessões de psicanálise, não nas primeiras, é claro, a pessoa relatar ao profissional que teve um sonho erótico com um parceiro do mesmo sexo, e apesar do medo e indignação, o momento vivido na fantasia foi intenso, prazeroso e desfrutado até o final ou com um orgasmo durante o sono ou com o despertar e a masturbação.
Em rodinhas de amigas, muitas mulheres admitem algum tipo de fantasia com pessoas do mesmo sexo. Timidamente, revelam que gostam de assistir a filmes eróticos onde tem duas mulheres transando. "Será que por isso sou lésbica"?
Normalmente, não se vê uma mulher admitir que sentisse atração sobre a beleza física de outra mulher, assim como acontece com os homens, no entanto, algumas declaram sentir algo de "estranho" quando vêem a boca, ou o decote ou os gestos sensuais de alguma mulher, principalmente se ela for poderosa. Fazendo uma analogia simples: Poderosa = forte = homem.
Mas o que afinal desencadeia num indivíduo o interesse por um "sexo anormal", o que erroneamente e preconceituosamente se ouve dizer por aí? Não entendo preferência sexual como anormalidade. Primeiro porque, em minha opinião, sexo é coisa que se pratica entre quatro paredes e se está dentro deste limite, é normal para as partes envolvidas. Estamos falando aqui do ato sexual em si, entendam bem.
Bom, mas como é que isto acontece? Existe a questão do desequilíbrio hormonal, em conseqüência do mau funcionamento da hipófise e que num dado momento o individuo se vê no outro sexo. A medicina explica este fator com muita ou total propriedade: Como funciona nosso sistema endócrino e os sintomas apresentados por uma disfunção hormonal.
O que tenho visto com freqüência dentro do meu trabalho com sexualidade são tendências desencadeadas de momentos especiais vividos pelas pessoas, muitas vezes na infância, outras na adolescência e até mesmo depois de maduras.

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3 de novembro de 2014

Esse tempo que infelizmente não voltará mais.


Esta poesia de Mario Quintana nos oferece uma sábia lição de vida, veicula uma grande verdade que, decerto, dela só vamos nos aperceber, quando for tarde demais! 
Não deixemos para sermos felizes amanhã, não adiemos para o outro ano o que podemos fazer agora. Não adiemos a alegria de viver...
A vida é bela e deve ser fruida como se sorve um licor deliciosos e finíssimo: aos golinhos, saboreando, sem pressa, sentindo o prazer de estarmos vivos. Carpe Diem!*

"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das hora

Desta forma, eu digo:

Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais."

*Mário Quintana


30 de outubro de 2014

Nunca desanime...


Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de idéias.
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guarde a convicção de que todos estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.
Texto psicografado de Chico Xavier, pelo espírito André Luiz.


17 de outubro de 2014

Paixão Inevitável


Que se apaixonar é inevitável, e que as melhores provas de amor são as mais simples. 
Um dia percebemos que o comum não nos atrai, e que ser classificado como bonzinho não é bom. 
Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você. 
Um dia saberemos a importância da frase: "Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa". 
Um dia percebemos que somos muito importante para alguém, e que não damos valor a isso! Que homem de verdade não é aquele que tem mil mulheres, mas aquele que consegue fazer uma única mulher feliz! Enfim... um dia descobrimos que apesar de viver quase um século, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para beijarmos todas as bocas que nos atraem, para dizer tudo o que tem de ser dito. O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras!



8 de outubro de 2014

Não desistamos de viver em plenitude!


Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”. O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”. “Ué, depois vou aproveitar a vida”. É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. 

No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. 

Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista. 

A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro. Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. 

Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade. Quem viu o filme “Fatal” deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude. 

No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece. 

Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando. Porque se emburrecermos, aí sim, Não restará mais nada. 

(By Martha Medeiros)

22 de setembro de 2014

Reconhecer-se com poder


Mostra o teu poder.
Se a vida te aperta e te amarra,
se não consegues ir em frente,
se o que diz respeito precisa de embalo e melhorias,
reconhece, mesmo que a custo, que tens um grande poder.
Basta reconhecer o poder que ele aparece,
entra em ação e faz as mudanças necessárias.
Acredita que és forte, és robusto, és belo e alegre,
e essas qualidades se afloram.
Quanto maior a crença, mais elas vêm e te beneficiam.
Retira as nuvens que se antepõem ao teu sol interior
e alegra-te com a vitória sobre ti mesmo.
A crença em si próprio desperta poder e traz felicidade.

Autor: (Lourival Lopes)

19 de setembro de 2014

Vou vestir-me de Sol


Hoje, num ritual invulgar, vou-me vestir de Sol! Vou vestir-me silenciosa e lentamente saboreando o prazer difuso de uma ambição desmedida que cresce e nasce dos confins de muitos Aléns que a memória guarda para lá dos séculos, do tempo que dominamos, e guardamos, na ânsia de o agarrar no movimento de estar e de sentir. Vou pegar na minha ambição de Amor por esta universalidade que me compõe e vou subir aos espaços que não domino mas onde habito numa c…onvivência paralela ou dimensionada noutras nuvens que me abrilhantam e iluminam. Quero resplandecer. Há muito que guardo o Sol na palma da minha mão em sonhos que aconchegam e salvam.

Vou vestir-me de Sol pois é lá que me movo quando ultrapasso as fronteiras que desbravo numa conflitualidade assumida e não cumprida nos limites da razoabilidade humana. Sou audaz, indisciplinada. Sou mais do que deveria ser mas sou Eu na forma pura de existência que oscila entre as dúvidas e as certezas. Vou vestir-me de Sol, milímetro por milímetro. Vou ficar com asas, ficar estrela, guerreira, deusa, rainha de luz, com cintilações poderosamente ofuscantes que, poeticamente, vão polir as árvores que olhar e os rios que fixar serão veios de ouro corrente reluzindo a céu aberto. E quando começar a escutar o sopro da melodia do vento e sentir que ele me quer envolver na brisa perfumada e refrescante como murmúrio de mar ciumento aí, vestida de magia e de Sol, sorrirei, sedutoramente, e contar-lhe-ei um segredo que ele nunca saberá guardar. O segredo fala de ti. É para ti. Por ti, vesti-me de Sol…

Sorriste e nesse instante roubaste o fascínio do meu silêncio. O teu sorriso tem brilho de Alma. Tem beleza, encanta, amacia desassossegos, desencantos, arruma-nos, enquadra-nos na vida, posiciona-nos nos desafios, ilumina esperanças esbatidas quando cedemos ao desalento. Por ti sou capaz de percorrer o Universo, para encontrar o teu sorriso. Ele fala por ti. Fala de ti. Tem fascínio. Por isso quando sorriste, abri os braços deslizei rumo ao Sol e sorri-te num poema inconfessado. 
(Maria Elvira Bento.  Blog Brumas de Sintra)

Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.
(Cecília Meireles)

17 de agosto de 2014

Um fato inesquecível...


Mas, o que mais me encantava era a cama coberta de presentes caros, bonecas de porcelana lindas, mobílias de bonecas, enfim... Era um estardalhaço de felicidade e riqueza!
Eu não tinha nada daquilo, meus aniversários sempre passavam em branco, nem um bolinho simples para comemorar com a família. Ganhava uma boneca de minha mãe, a indiferença do meu pai e muitos afagos de meu inesquecível avô. Mas, não sentia inveja. Nem sabia o que era isso. Era como se eu soubesse que era para ser daquele jeito mesmo, porque festas eram somente para meninas ricas. Por isso, nunca esqueci do presente que o noivo de minha irmã mais velha me deu, quando fiz quatro anos de idade: uma mobília azul completa de bonecas, com cozinha e tudo, inclusive panelinhas, bonequinhas. Eu passava horas arrumando aquela casa imaginária e vivendo nela minhas venturas infantis, momentos de plenitude que só as crianças sabem viver.
Guardei este precioso brinquedo até ficar mocinha, por volta dos 16 anos, e perder o interesse por bonecas (o que nunca perdi completamente). Não sei se por ter recalcado o desejo infantil de ter uma festa de aniversário, não se por algum processo psicológico para me proteger da mágoa de nunca ter tido uma, o fato é que, depois de adulta, passei a detestar a data do meu aniversário, receber parabéns, presentes e tudo o mais que se relacionasse a esse dia.
Minha primeira festa de aniversário, a festa que nunca havia tido, aconteceu inesperadamente  e da forma mais emocionante, carinhosa e mágica  que se possa imaginar nos meus 46 anos de idade.  Aquele seria mais um aniversário que eu ignoraria, se não fosse um bando de alunas amigas, jovens e ruidosas, com idade de serem minhas filhas, que, esbanjando alegria e cantorias de “parabéns para você”, invadiram meu apartamento, pelas portas da frente e da área de serviço, trazendo nas mãos uma festa inteira, ou melhor: um banquete completo, além dos presentes que foram parar em minha cama, tal como eu vira na cama das minhas primas e das minhas filhas (estas tiveram todas as festas que eu não tive).
Foi uma das mais fortes emoções de minha vida! Não pela festa que me fizeram em si, mas, pelo gesto de amor, de carinho, de cumplicidade que, como em um passe de mágica, curaram todas as feridas da minha infância, passaram uma esponja naquelas imagens magoadas, substituindo-as pelas novas imagens que pareciam trazidas das páginas de um conto de fadas.
Não sei o que fiz para merecer aquela magnífica demonstração de afeto e calor humano. Não conseguia perceber qual era a graça que elas achavam em uma pessoa tão mais velha e, às vezes, amarga, depressiva e complexa. O que sei é que o bem que me fez perdura até hoje e o levarei comigo até os derradeiros dias dessa minha atormentada e maravilhosa passagem pela vida. Obrigada meninas queridas... Amigas para sempre. 


30 de julho de 2014

RECONHECER-SE COM PODER



Mostra o teu poder.
Se a vida te aperta e te amarra,
se não consegues ir em frente,
se o que diz respeito precisa de embalo e melhorias,
reconhece, mesmo que a custo, que tens um grande poder.
Basta reconhecer o poder que ele aparece,
entra em ação e faz as mudanças necessárias.
Acredita que és forte, és robusto, és belo e alegre,
e essas qualidades se afloram.
Quanto maior a crença, mais elas vêm e te beneficiam.
Retira as nuvens que se antepõem ao teu sol interior
e alegra-te com a vitória sobre ti mesmo.
A crença em si próprio desperta poder e traz felicidade.

Autor: (Lourival Lopes)


13 de junho de 2014

Um fundamental segredo de sobrevivência




Li este enunciado em uma mensagem PPs que me foi enviada por uma amiga. Ignoro o nome do autor do texto, mas não pude ignorar a verdade que ele veicula. De fato, conservar o humor não apenas é fundamental para a nossa sobrevivência como faz bem à nossa saúde e às pessoas que convivem conosco. Todavia, eu acrescentaria um outro elemento tão essencial quanto o humor para a sobrevivência e manutenção do nosso equilíbrio emocional e da nossa harmonia interior: saber silenciar nos momentos certos.

Sim, porque o silêncio é uma força imensurável, é uma arma poderosa capaz de levar ao desespero os que, por carência deste fundamental humor, do qual fala o enunciado, fazem da agressividade a válvula de escape e a única linguagem para expressarem as suas frustrações mais dolorosas e mais profundas, quiçá inconscientes e, em alguns casos, com raízes bem fincadas no terreno movediço da inveja, do despeito e de outros sentimentos torturantes para quem os sente.
Se os encaramos, munidas com o bom humor e com a prodigiosa arte de silenciar, iremos recolhendo o que nos dizem e fazem de positivo os bem humorados e de bem com a vida, limitando-nos a sorrir, complacentemente, para o que os mal humorados, insatisfeitos com a pobreza das próprias conquistas nos dizem e fazem de negativo e de execrável.
Há muito aprendi que, se permanecermos em silêncio, frente ao mal que intentam contra nós, mostramos que estamos indiferentes, sem tempo para debates fúteis. Se for uma discussão que deixou o terreno da razão, quem silencia mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar, em espernear.
Se isto acontecer, mesmo que a pessoa transtornada do grito destemperado passe ao berro desvairado, não se altere, não perca seu bom humor, apenas olhe com serenidade o triste espetáculo da ira, sorria complacentemente, silencie e siga em frente sem se deixar afetar...

12 de junho de 2014

Infidelidade...

Convencionalismos sobre a felicidade conjugal, direitos sobre a liberdade sexual e outros conceitos pontuam e norteiam os fatores responsáveis pela boa convivência entre homens e mulheres unidos estavelmente. A verdade é que cada um é um e dentro de cada universo humano encontramos um manancial de desejos ocultos, obscurecidos por imposições sociais castradoras e divergentes do objeto de prazer e felicidade que cada um carrega em si. Este pode ser o gatilho que dispara a arma da infidelidade, que atira sem direção e, muitas vezes, acerta o próprio atirador.
A infidelidade, contrariando o que se pensa, não destrói somente a relação amorosa. É, antes de tudo, uma constatação de que a pessoa que mente e engana passa por algum conflito íntimo e pode estar precisando muito mais de auxílio psicológico que de uma aventura vazia e sem sentido. Enganar-se a si mesmo não é saudável. Buscar felicidade na fantasia de um novo amante pode aliviar sintomas de descontentamento, que, na maioria das vezes, é com o próprio ser mais do que com o cônjuge. Por exemplo, insegurança ou baixa autoestima perante o parceiro. Como a maior parte das soluções “fáceis” na vida, a infidelidade não resolve os verdadeiros problemas que causam essas tensões. Só eliminam os sintomas e não os males que o provocaram, que são singulares e que cabem a cada um e a cada casal.
Tem gente que não consegue se relacionar com a beleza ou com a inteligência da pessoa que escolheu para si. O que, no início, era ponto de admiração, virou ponto de humilhação. Há aqueles que não lidam bem com o parceiro bem sucedido, extrovertido e de bem com a vida. Tem outros que não têm paciência com os limitados racionalmente, emocionalmente ou financeiramente. Outros descobrem a feiura da pessoa que escolheu para viver tempos mais tarde e acham que merecem alguém mais belo. Há aqueles que se sentem bons demais, poderosos demais para conviver com aquele que não é tanto assim e, por isso, buscam alguém à altura ou que pelo menos os enalteçam, mesmo que por alguns trocados. Tem aqueles carentes demais, abandonados demais, amados demais.
Tem gente que não consegue corresponder à performance sexual do outro ou não vê nenhum interesse, no outro, de corresponder a sua. Para os homens, está bastando ser homem. Pode ser careca, barrigudo, pobre, grosseiro, sem cultura, baixinho, velho, impotente, casado, chato, bêbado, malandro... Sempre há mulher querendo. Para as mulheres, trair está um pouco mais difícil porque as estatísticas apontam um número muito alto de mulheres para cada homem em várias partes do planeta. Ainda assim, tem muita mulher dando um jeitinho de cair nessa armadilha. É de cada um, gente. E o que define se o recurso é a traição pode passar pelo viés da retidão. Ou será que não? Será somente a insustentável e tão permitida leveza do ser? A oportunidade faz o ladrão, já dizia meu avô. Nossa, como é difícil classificar o comportamento humano sob este aspecto, não é mesmo?

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11 de junho de 2014

Quem dá brilho ao olhar



Certa vez, participei de um evento sobre o Dia da Mulher. Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades. E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela,respondi. Foi um momento inesquecível… A plateia inteira fez um ‘oooohh’ de descrédito. Aí fiquei pensando: ‘pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho? Onde é que nós estamos?
Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ‘juventude eterna’. Estão todos em busca da reversão do tempo.
Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.
A fonte da juventude chama-se “mudança”.
De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.
Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.
Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora-se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho… Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho…

As pessoas são responsáveis e inocentes em relação ao que acontece com elas, sendo autoras de boa parte de suas escolhas e omissões.”
Lya Luf

8 de junho de 2014

As dores da alma


Quantas vezes julgamos a dor do próximo e nem sabemos a imensidão dessa dor. Somente quem sente essa dor pode avaliar o estrago que ela pode causar. No dia de hoje trago uma mensagem para refletirmos sobre as dores da alma.
Reflitam!!


As dores da alma não deixam recados, imprimem uma sentença que perdura pelos anos. 

Um amor que acabou mal resolvido, um emprego que se perdeu inexplicavelmente, um casamento que mal começou e já terminou, uma amizade que acabou com traição, tudo vai deixando sinais, marcas profundas...
Precisamos trabalhar as dores da alma, para que sirvam apenas de aprendizado, extraindo delas a capacidade de nos fortalecermos, aprendendo que o melhor de nós, ainda está em nós mesmos, que amando-nos incondicionalmente, descobrimos a auto-estima, que se deixarmos seguir o caminho da dor e da lamentação, iremos buraco abaixo no caminho da depressão.
As dores da alma não saem no jornal, não viram capa de revista, e só quem sente, pode avaliar o estrago que elas causam.
Como não existe vacina para amores mal resolvidos, nem para decepções diárias, o que vale é a prevenção, então: ame-se para amar e ser verdadeiramente amado, sorria para que o mundo seja mais gentil, dedique-se, para que as falhas sejam pequenas, não se compare a ninguém, você é único, repare nas pequenas coisas, mas cuidado com as grandes que as vezes estão bem diante do nosso nariz e não enxergamos.
Sonhe, pois o sonho é o combustível da realização, tenha amigos e seja o melhor amigo de todos, apaixone-se pela vida e por tudo o que é seu, acredite em seu poder de sedução, estimule-se, contagie o mundo com o seu melhor, creia em Deus, pois sem Ele não há razão em nada, e tenha sempre a absoluta certeza de que, depois da forte tempestade, o arco-íris vai surgir e o sol vai brilhar ainda mais forte.
Eu acredito em você!


Somente você pode curar as dores da sua alma, não importa se elas durem algum tempo, mas se ajude, ame-se, cuide-se, o melhor de nós está em nós mesmos. Não espere que tudo ao seu redor mude, faça a sua mudança por uma vida melhor e seja feliz, desta forma fazendo o sol brilhar ainda mais forte!!


Autor: Paulo Roberto Gaefke

  

5 de junho de 2014

Ah, o amor... Quantas reflexões, indagações e questões!



Quanta perda de tempo entre a certeza da nossa necessidade de amar e os conflitos gerados por um convencionalismo besta criado pelas sociedades hipócritas e pelas igrejas fincadas num princípio sórdido de que amar é um sujo pecado.
Nascemos filhos de Deus e trazemos em nosso âmago, além do desejo genuíno de sermos felizes, um órgão anatômico produzido para o prazer. Ora, por que, então, não fomos fabricados pelo Divino somente com os órgãos da procriação?
Quando pequeninas, na nossa pureza, no nosso cantinho mais gostoso, descobrimos a delícia das carícias que, involuntariamente ou instintivamente, nos proporcionamos ao tocarmos inocentemente nosso abençoado clitóris e tamanha nossa ingenuidade, levamos até a nossa querida mamãe esta experiência tão sublime pra nós. E é aí, na maioria das vezes, que definitivamente nos separamos da nossa felicidade. "Minha filha, pelo amor de Deus, esqueça isto. Não toque nunca mais aí. Isso é muito feio, isso é muito perigoso, isso é sujo, é pecado, Deus está vendo... sua mão vai cair..."
E somos mesmo capazes de nos vermos sem mãos um dia, tamanha a influência materna e religiosa sobre nós. É uma lástima que ainda na atualidade meninas estejam sujeitas a bloqueios sexuais, às vezes irreversíveis, criados por mães desinformadas e inexperientes, desatenciosas, na verdade, porque viveram o mesmo problema e são infelizes na sua individualidade e na sua vida conjugal e mesmo assim, incapazes de lutarem e buscarem orientação para si e suas filhas, vem passando como herança o peso de uma existência inócua ao prazer e as energias que este sentido nos oferece.
Sendo assim, é sempre muito importante lembrar que sexo é fonte inesgotável de energias. Com a orientação apropriada, a energia sexual é um rico tesouro de alegria, felicidade e paixão. Ela é uma ferramenta para criar e manter o nível ideal de saúde e vitalidade, transmutando uma vida medíocre em uma vida genial, transformando uma vida infeliz e estressada em uma vida plena de sucessos e realizações. Este é seu poder! A melhor maneira de se manter fisicamente e mentalmente saudável é nunca deixar de praticar atividades físicas, mentais e sexuais.
Técnicas comportamentais como o pompoarismo, por exemplo, tem contribuído muito para que mulheres de todas as idades redescubram o prazer, recuperem auto-estima e melhorem sua qualidade de vida. Associado ao pompoarismo, terapias relaxantes como a reflexoterapia podal, a terapia Floral de Bach, que é capaz de levar o indivíduo ao auto-conhecimento, bem como a psicoterapia holística, que é extremamente eficaz na classificação do perfil da pessoa, são instrumentos valiosos que utilizados na medida certa, geram equilíbrio e felicidade.

Texto de Jussara Hadadd, terapeuta holística, especializada em sexualidade.

31 de maio de 2014

Reciclagem de vida


Não sei se a vida se recicla. Não, talvez não. Mesmo se após um tempo de reflexão decidimos mudar nossa vida, seremos sempre nós mesmos no fim. Mudados, mas nós. Com todas as marcas e cicatrizes para que não nos esqueçamos do que fomos. Sabemos que jamais poderemos recolar os pedaços das coisas vividas e construir novas. Colchas de retalhos são muito bonitas, mas não passam de colchas de retalhos. Remenda-se panos, recola-se papel ou vidro, mas não se remenda vidas, não se recola momentos passados, coisas que deixamos pra trás. Recomeçar?
Sim. Recomeçar é possível, mesmo (e felizmente!) se já não somos os mesmos. Aprendemos, à custa de dor, mas aprendemos. Não cometeremos duas vezes os mesmos erros, não beberemos a mesma água. Durante anos vivemos como se não tivéssemos outras alternativas. A vida é assim, é o destino. Mas nosso destino, nós fazemos. Nossas prioridades, escolhemos e aprendemos a viver com elas. E só depois, mais tarde, é que nos questionamos sobre o fundamento das nossas escolhas. 
Há pessoas que acham que é tarde demais para mudar e continuam na mesma linha, mesmo se conscientes de que talvez esse não tenha sido o melhor caminho. Homens e mulheres que se mataram a vida toda para ganhar dinheiro terminam muitas vezes a vida sozinhos, cheios de dinheiro, vazios de amor.
E felizes há aqueles que descobrem que ainda é tempo para fazer alguma coisa. E que podem redefinir as próprias prioridades e assumi-las. Vai doer, mas vai valer a pena, porque no fim das contas vamos ter a consciência tranqüila de que tentamos. Um dos piores sentimentos que existem é o de não poder recapturar um momento que gostaríamos que tivesse sido diferente.
O eu de hoje não teria feito isso ou aquilo, mas o que eu era ontem não sabia o que sei agora. Se soubesse, teria cometido menos erros. Mas temos um Deus tão bom e tão grande que Ele está sempre nos oferecendo a opotunidade de nos redimir e fazer novas escolhas. E agora? Agora sabemos. Não vamos pegar atalhos. Eles podem ser atraentes, mas nos impedirão talvez de aproveitar as belezas da jornada
O caminho da vida é bonito, apesar de ser mais difícil para uns que para outros. Mas é bonito se sabemos tirar o máximo do que é bom. Noites escuras podem nos fazer ver mais claramente as estrelas. Só veremos o nascer do sol se acordarmos cedo. Coisas simples que a natureza nos ensina. Reciclagem de vida? Talvez sim. Talvez sejamos, no fim das contas, uma colcha de retalhos da vida. Mas que sejamos então uma bela colcha nova enfeitando um quarto, um coração, talvez mesmo muitos corações e muitas vidas, a começar por nós mesmos

Autora: Letícia Thompson
Postado por Eva-RN

O orvalho da vida...

Nem a tristeza, nem a desilusão, nem a incerteza, nem a solidão...
... Nada me impedirá de sorrir...
Nem o medo, nem a depressão, por mais que sofra meu coração...
Nada me impedirá de sonhar...
Nem o desespero nem a descrença, muito menos o ódio ou alguma ofensa... Nada me impedirá de viver...
Mesmo errando e aprendendo, tudo me será favorável...
Para que eu possa sempre evoluir, preservar, servir, cantar, agradecer,
Perdoar, recomeçar...
Quero viver o dia de hoje, como se fosse o primeiro...
Como se fosse o último, como se fosse o único...
Quero viver o momento de agora, como se ainda fosse cedo,
como se nunca fosse tarde...
Quero manter o otimismo, conservar o equilíbrio e fortalecer
A minha esperança...
Quero recompor minhas energias para prosperar na minha missão 
e viver alegremente todos os dias...
Quero caminhar na certeza de chegar... Quero lutar na certeza de vencer...
Quero buscar na certeza de alcançar, quero saber esperar para poder realizar os ideais do meu ser...
ENFIM, quero dar o máximo de mim, para viver intensamente e maravilhosamente 
TODOS OS DIAS DA MINHA VIDA!!!

(Desc.autor)

28 de maio de 2014

Sabotagens na própria vida

A sabotagem de um aparente desejo certamente significa que outro desejo foi atendido. Pode não estar claro para a pessoa a qual vontade ela está atendendo, pode ser uma vontade oculta.
É importante lembrar que a qualidade de vida é diretamente relacionada ao nível de consciência que temos de nossas escolhas diárias. Por isso, prestar atenção a seus pensamentos e sentimentos, sem censura, é um primeiro passo para evitar sabotagens.
Pessoas são seres complexos de tal forma que, dificilmente, desejam uma coisa só. Além disso, nem sempre os desejos, os valores pessoais e as conveniências da realidade estão em perfeita sintonia. Em geral, trata-se de um mar de contradições.
Enquanto podemos desejar duas ou mais coisas contraditórias – por exemplo, continuar a ver o programa de televisão e ir dormir por estar com sono –, muitos outros pensamentos concorrem com os desejos. Esses pensamentos são as regras aprendidas (dormir oito horas por noite) pelos pais, mestres, autoridades etc.
Um exemplo simples das contradições que reinam na mente humana pode ser o desejo de comer chocolate e o desejo de não engordar; a preocupação com o colesterol e as crenças do que significa uma boa alimentação, acrescidas do fato de o chocolate poder ser considerado uma fonte saudável de energia e prazer.
Outra situação de contradição pode ser o desejo de ter um parceiro de vida ao mesmo tempo em que se deseja liberdade, sem ser obrigado a dar satisfações a quem quer que seja. Querer independência e poder depender de outro simultaneamente.
Quanto menos uma pessoa conhece suas próprias contradições internas, mais facilmente ela vai sabotar alguns de seus desejos e/ou aspirações. É preciso tolerância e paciência consigo próprio para reconhecer os muitos aspectos que compõem nossas decisões. 
Interligar seus diferentes sentimentos, pensamentos e valores, respeitando as peculiaridades de cada um desses aspectos que integram o todo, é uma forma boa de evitar sabotagens pessoais.

Vivian Schindler Behar, psicóloga no CESAME - Centro de Saúde Mental Moreno e Cordás.


22 de abril de 2014

Velhice e Solidão

" A velhice não é outra coisa senão um pacto nosso com a solidão".
Sábias palavras de quem viveu o suficiente para descobrir esta grande verdade. Todavia, esta solidão não significa necessariamente estar-se sozinho, isolado. Não... Podemos estar em meio a muitas pessoas. Só que, quanto mais jovens elas forem, menos identificadas estarão com os valores, com as maneiras de sentir, de pensar e de agir do idoso, da idosa. Portanto, cria-se um distanciamento recíproco que, de modo geral, não possibilita o diálogo, o verdadeiro diálogo propiciador do encontro entre duas consciências, a cumplicidade e o entendimento. 
No meu caso, esta solidão chega a ser enriquecedora, na medida em que posso ler mais, escrever, ter muito tempo para meu lazer, para meu ócio iluminado, para apreciar o belo pôr do sol sob o rio que banha a minha cidade, ver bons filmes na TV e fruir o silêncio do meu apartamento. Como é bom o silêncio! Como é agradável viver sozinha sem ninguém reclamando, discutindo, gritando, brigando ou cobrando minha atenção... É uma paz! Este tipo de solidão é um privilégio.


12 de abril de 2014

Um eufemismo abominável



Sou uma mulher com mais de sessenta anos de idade, de bem com as rugas, com os cabelos brancos e com as limitações físicas naturais nos sexagenários. Sou, portanto uma pessoa da terceira idade, ou melhor dizendo, uma pessoa “velha”. Sim... A palavra certa é esta: “velha”, como foram a minha mãe e minha avó, com muita dignidade e elegância, sem problematizarem os efeitos da passagem dos anos, sem lançarem mão de eufemismos idiotas para disfarçarem a indisfarçável velhice, como a abominavelmente hipócrita expressão “melhor idade” para nomearem o grupo etário no qual se integravam. Na época delas, este tipo de eufemismo ridículo não existia, da mesma forma que não haviam ainda criado outros igualmente cretinos como “deficiente visual” (cego), “afrodescendente” (negro), “funcionária do lar” (empregada doméstica), e centenas de outros, dentre os quais figura o deletério “melhor idade”. Execro essa abominável expressão, decerto criada por um jovem destituído da mínima noção da realidade dos velhos, sem nenhum resquício de sensibilidade para perceber as imensas e crescentes perdas e limitações que causam dor, frustrações, sofrimento, tristezas e solidão nos idosos.
Como pode alguém julgar a melhor idade de um ser humano justamente a faixa etária na qual chegam as dolorosas doenças reumáticas dificultando a locomoção, as falhas da memória causam vexames, a visão, a audição, o olfato e o paladar sofrem alterações, a liberdade de sair sozinha/o começa a ser controlada pelos zelosos familiares, Alzheimer, mal de Parkinson, AVCs, diabetes, pressão alta e colesterol alto são ameaças à qualidade de vida...
Portanto, para mim, a expressão “melhor idade”, além de ser uma lastimável e desrespeitosa ironia, é um deboche abominável! A infeliz expressão “Melhor Idade” não passa de uma execrável hipocrisia de gente piegas, chegada a uma frescurite que, no fundo tem preconceito contra a antiga, consagrada e adequada expressão “velha” e “velho”, tem preconceito contra a “velhice” e, por isso, tenta adoçar com eufemismos cretinos o que sabem ser a mais difícil fase da vida. 
A melhor idade é a infância! Tempo da inocência, das fantasias, das ilusões e da crença em um mundo mágico e perfeito!