Enorme é o lugar reservado dentro da nossa mente para o que temos de mais intimo e secreto. De tão grande se faz pequeno à medida que pensamos, fantasiamos e do nada reprimimos todas as delícias que cercam nossas lembranças e norteiam nossos sonhos mais íntimos na procura de um lugar ou situação que nos permita ser feliz sem restrições ou controle.
Infinito é o tamanho dos nossos desejos, os quais não valorizamos e suprimimos a todo instante em detrimento à nossa felicidade e em favor da nossa bandeira mais elevada, infelizmente, a da integridade moral. Aquela moral cega, tateada em conceitos sociais pré-fabricados por seres infelizes, encouraçados e amarrados em desilusões, muitas das vezes, plantadas no próprio berço. Desilusões herdadas de mães e pais que, como em um caminho longo e infindável, já traziam consigo os nódulos da tristeza, do desamor e da frigidez.
Indefinível é o estado em que muitos de nós se encontram diante das propostas à felicidade gerada pelo encontro com o outro, homem ou mulher ou os dois quem sabe, mas que sinceramente tenham a capacidade de somar a nós o que nos falta de mais verdadeiro para sermos inteiros.
Inexplicável é o que renegamos em nome de parecermos melhores do que somos sempre expostos ao jugo humano dilacerante no sentido de nos fazer sentir pequenos e imprestáveis quando manifestamos nossos anseios por prazer e liberdade. Quando corajosamente defendemos nosso interesse pelo sexo e pelas trilhas de satisfação a que ele é capaz de nos conduzir. Quando nos entregamos sem amarras nem couraças e nem carapaças ao seu feitiço e a sua proposta de fazer de nós seres plenos em auto conhecimento, alegria, saúde e felicidade.
Incontestável é o que não declaramos ao mundo, mas que em forma de delicioso segredo deixamos crescer dentro de nós e usamos a nosso favor quando o mundo todo desaba lá fora. Em uma ação esperta e perspicaz nos entregamos e entregamos o nosso corpo zombando, em absoluto segredo aos menos capazes de sonhar, nos extasiando e nos derretendo no campo da luxúria oculta entranhada no sonho e no sono que não chega antes que nossos corpos sejam entregues ao deleite de nossas próprias carícias aquelas que ninguém pode saber ou algo contra fazer.
Incontável é o número de vezes em que qualquer pessoa da face da terra pensa e sonha com estas delícias ou em outras, largaria tudo na vida se fosse capaz ou se o cosmos lhe apresentasse de verdade um caminho para esta tal felicidade.
Quantas pessoas vivem de mentiras para satisfazer seja lá quem for, deixando de lado os seus verdadeiros sonhos, deixando que sua existência seja mapeada por outro, pautada em preconceitos estabelecidos por uma sociedade ou cultura familiar que um dia achou que isso ou aquilo seria melhor para ela. Quantas pessoas renegam a própria alma, seu poder criativo, suas sensações mais sublimes, por um rótulo de pessoa correta às vistas dos que as rodeiam.
Não mintam para si mesmos. A humanidade seria melhor, o mundo giraria menos conturbado se cada um de nós cuidasse da sua própria vida de verdade. Se cada um de nós tivesse menos preocupação em demonstrar para o outro que não é errado, que não peca e, que não é feliz. Por que temos tanta vergonha em nos mostrarmos felizes, soltos, leves? Amados e extasiados de muito prazer. Em que consiste a premente necessidade em demonstrar que não somos felizes mesmo que isto nos custe a infelicidade?
Solte-se, liberte-se, se entregue aos seus sonhos, corra atrás deles como louco. Realize todos, mesmo que isto custe a sua paz perante os medíocres, mas que no fundo te traga a paz, a enorme e verdadeira paz, perante a sua grandeza interior.
Você quer viver num mundo melhor, num mundo de paz e de alegria? Cuide de você em primeiro lugar. Realize!
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Jussara Hadadd, terapeuta holística, e especialista em terapia de casais.
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