Ontem, ouvi o desabafo de uma jovem mulher acerca das suas dificuldades, atuais, de relacionar-se com o marido. As coisas que, para ela, assumiam uma dimensão dramática, na verdade não eram tão graves, não passando de diferenças de temperamentos e de pontos de vistas que não justificariam uma separação, mas que me apontaram para uma imensa falta de tato dela para mudar o que nele a incomodava. Faltava um diálogo sério, no qual um ouvisse o outro, que estabelecesse um encontro de consciência. Os conselhos que dei à minha atrapalhada confidente não foram muito deferentes dos que este texto estupendo de Jussara Haddad dá às mulheres em situação semelhante. Trouxe, então mais uma das esplêndidas páginas de Jussara Haddad, com suas sugestões, advertências e orientações, sempre excelentes, para as mulheres serem mais felizes com seus parceiros.
"Fazer amor é o melhor caminho para fazer as pazes e fortalecer os laços que unem vocês dois. Pense bem: abrir mão do melhor momento de vocês por uma briguinha sem importância? Tão sem importância que jamais seria capaz de separá-los? Abrir mão da oportunidade de se livrar de qualquer sentimento negativo num momento delicioso que só vocês sabem como viver?
Estas pequenas diferenças, o casal resolve conversando e não fazendo pirraça sem sentido. Resolve conversando, colocando seus pontos de vista e de preferência depois de amar. Depois do amor, os dois estão calmos, seguros de que ainda são um do outro, apaixonados naquele momento e menos dispostos às farpas que ferem e sangram as relações mais bem intencionadas.
Outra coisa importante: na cama, no leito de amor, na alcova não é lugar de resolver impasses. Muitos casais comentem este erro. "Vou mostrar a ela que não estou satisfeito porque ela comprou um presentinho pro nosso filho sem me perguntar!". "Ele vai ver só, vou mostrar a ele que a mãe dele não tem razão". E acham que mostram suas vãs razões, deixando de amar. Se corroendo por dentro, os dois. Morrendo de medo do resultado dessa atitude tão infantil e sem sentido.
Gente, não mistura as coisas não. A vida já está tão complicada e com tão poucas alegrias. Se você tem um amor, não despreza a dádiva de amar. Pare de perder tempo no caminho para a felicidade. Entre pessoas que se amam não pode haver joguinhos que ponham em risco a harmonia que o sexo gera entre os dois, não pode haver a ameaça da quebra do elo que os une. E falta de sexo entre duas pessoas que vivem juntas, que se gostam e que são saudáveis fisicamente e psicologicamente é fator de risco sim! Se você sabe que não vive sem a pessoa, pra que arriscar?
Sendo assim, se você "está de bico" com o seu amor, mas se ele vem chegando de mansinho, te pedindo desculpas, te fazendo um carinho, te enchendo de beijinhos e declarando o seu desejo, por favor, limpe a mente e o coração dessa magoazinha boba, esquente o seu corpo, corresponda às carícias, vá em frente. Não crie marcas negativas na vida de vocês.
Bandeira branca amor!
Veja só, não estou falando aqui de motivos como mentiras, traição e violência, coisas desse tipo sugerem a separação mesmo, certo? Não estou dizendo que os casais devam viver "entre tapas e beijos", não estou dizendo que se deva relevar faltas graves, estas sim, devem ser resolvidas e perdoadas para que o casal volte a se envolver sexualmente. Nestes casos, a paixão só tapa buracos e vai emendando um problema com o outro e no final dá mesmo um péssimo resultado.
Outro fato importante e que tem me chamado bastante atenção no consultório são as queixas relativas a parceiros que negam fazer amor e conseguem culpar o companheiro e fazê-lo acreditar nisso. "Você trabalha demais, você fica na academia olhando aquelas meninas bundudas, você só quer saber de estudar, você não me dá atenção, você só quer saber de ficar bonita, de ler, de crescer, de ser...".
Já adivinharam do que eu estou falando?
Estou falando de pessoas que em crise de identidade, com complexos de todas as maneiras, que não cuidam dos seus corpos, que negligenciam sobre sua vida profissional, sobre a qualidade da sua vida e que vivem como verdugos, se vitimando e atribuindo ao parceiro que por outro lado luta para ser feliz e somar na relação, a responsabilidade pela sua baixa libido e pela sua incompetência em contribuir para que a relação flua com alegria. E o outro, bobo e bem intencionado, ocupado com o positivismo com que conduz a sua vida e a sua relação amorosa, fica procurando a culpa nele mesmo e tem uns que nunca descobrem que o parceiro é que é um problemático oportunista que se faz de coitadinho e suga todas as suas energias.
Como tenho visto gente cheia de vontade de viver sofrendo por isso! Leigos, despreparados, bem intencionados e puros que não conseguem enxergar que se uniram a um maluco potencial a um "sangue suga" em forma de gente e que até garantir a estabilidade da relação se disfarçou de bacana. Pessoas saudáveis querem amar, necessitam amar, fazer amor, fazer sexo, receber carinho, sentir prazer, transcender dos limites da realidade nos braços daquele em quem confia a sua intimidade.
A propósito, não sei se alguém teria coragem de usar, mas uma vez, recebi pela internet a notícia de que já tinha uma lei à beira de ser votada, para ser aplicada a cônjuges que se negavam a fazer amor... "
Uau!
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Jussara Hadadd é terapeuta holística,
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