Você já terá pensado no trabalho que a criança tem de executar, para tomar contato com o universo, aprender a distinguir as fisionomias, a avaliar as distâncias, a fazer uso de seus membros, a adquirir pouco a pouco o equilíbrio que lhe permitirá realizar seu primeiro passo? Para a criança que sobe os primeiros degraus de escada, é necessária tão grande dose de coragem, quanto para o alpinista que escala uma alta montanha.
Porém, chega o dia em que a criança cresce e toma consciência de sua inteligência humana, de sua individualidade, de sua personalidade, e começa a rejeitar o auxílio dos pais. É o despertar para a independência, ela quer se aventurar sozinha, quer desbravar o mundo, ir onde lhe leva a curiosidade.
É nesse exato momento em que ela se afasta do regaço materno e da proteção do pai que ela se separa também do Espírito que tem dentro de si, da força espiritual que a habita e que foi seu guia de todos os momentos, desde o momento do seu nascimento. No entanto, o Espírito continua nele. Mas o nosso rapazinho ou mocinha cessa de ouvi-lo, para seguir apenas se próprio “eu”.
Esta etapa é indispensável: deve tomar consciência de sua individualidade terrestre, mas transitória, pois tem que ultrapassá-la se quiser atingir seu pleno desenvolvimento. Dia virá, talvez muitos anos depois, em que esse “eu” imperioso lhe parecerá uma arrematada fraqueza, e o “sozinho”, uma imensa solidão. Feliz dele se procurar, então, retomar contato com seu guia interior, o Espírito que o habita.
Assim, nossa vida é feita de conversões e reconversões. Essas partidas e essas voltas não foram poupadas nem aos fiéis, nem aos maiores santos. Todos nós percorremos esse itinerário: da companhia do Espírito para a solidão, e da solidão para a companhia do Espírito.
E é somente a partir do momento em que “nascemos de novo”, quando reencontramos em nós a centelha espiritual, que voltamos a achar a felicidade. Essa luz interior nos guia em todos os planos, seja no plano de nossas necessidades mais imediatas, como no de nossas mais altas aspirações.
NÃO, NÃO ESTAMOS SÓS...
Quando você se encontrar diante de uma dificuldade, seja ela pequena ou grande, em lugar de considerar sua impotência com desânimo, formule claramente esta frase: “O Espírito que está em mim tudo sabe, o Espírito que está em mim tudo pode!” Mas diga isto com convicção, com fé, acreditando na força das suas palavras proferidas.
(Fonte: Marcelle Auclair. La pratique du bonheur)
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