" A velhice não é outra coisa senão um pacto nosso com a solidão".
Sábias palavras de quem viveu o suficiente para descobrir esta grande verdade. Todavia, esta solidão não significa necessariamente estar-se sozinho, isolado. Não... Podemos estar em meio a muitas pessoas. Só que, quanto mais jovens elas forem, menos identificadas estarão com os valores, com as maneiras de sentir, de pensar e de agir do idoso, da idosa. Portanto, cria-se um distanciamento recíproco que, de modo geral, não possibilita o diálogo, o verdadeiro diálogo propiciador do encontro entre duas consciências, a cumplicidade e o entendimento.
No meu caso, esta solidão chega a ser enriquecedora, na medida em que posso ler mais, escrever, ter muito tempo para meu lazer, para meu ócio iluminado, para apreciar o belo pôr do sol sob o rio que banha a minha cidade, ver bons filmes na TV e fruir o silêncio do meu apartamento. Como é bom o silêncio! Como é agradável viver sozinha sem ninguém reclamando, discutindo, gritando, brigando ou cobrando minha atenção... É uma paz! Este tipo de solidão é um privilégio.
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