O tempo parou enquanto, perdida, procurava agarrar o chão que fugia.
O vento, indiferente, continuava a pintar vida nas folhas que rodopiavam e caíam.
Abri as asas, provoquei a vida e voei.
Perdi-me de admiração em admiração ao olhar nos olhos das pessoas.
Neles, há tantos sortilégios, encantos e desencantos. Há tanta vida por contar.
Enquanto, confusa, sentia que não conseguia agarrar o momento, lembrei-me que o meu coração precisava de bater e, aí, confessei que o amava.
Ele ouviu-me e, readquiriu o entusiasmo perdido.
Tinha criado raízes desmotivadoras mas o vento, nas minhas asas, voltou a deixar-me em harmonia. E eu abri-as à vida. Imperfeita, na sua perfeição.
(Maria Elvira Bento)
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