29 de abril de 2010

Sexo em plenitude, com qualidade e prazer



Quer mesmo saber se alguém está de bem com a vida? Nada é mais eficaz para medir o grau de satisfação diante da vida quanto a vontade de fazer sexo. Do mesmo modo, a falta dessa vontade, pode indicar uma insatisfação apresentada como uma grande angústia do ser.


O sexo tem a grande responsabilidade de fazer o ser humano se sentir vivo e o seu êxtase, a mais primitiva das experiências que o homem pode ter. Freud deixou para nós que sexo é instinto de vida em estado puro. Por ele, animais pulam cercas e seres humanos fazem muitas besteiras. Buscando-o, se adornam, se exibem, brigam e com ele fazem as pazes, da maneira mais gostosa que existe.


Sexo, quando é bom, é ótimo. Quando é ruim, ainda assim é muito bom. Mas o que mede se o sexo é bom ou ruim? Existem os mais gulosos, que precisam de pelo menos uma relação ao dia, e há quem se satisfaça com muito menos. Tem os que preferem o sexo mais ativo, violento e explosivo e tem aqueles que se contentam com o sexo baseado em carícias e gestos suaves, bem lentinho.


Incompatibilidade sexual tem em seu próprio nome a sua acepção: ela surge quando o casal enfrenta problemas de ordem sexual inerentes aos distúrbios de excitação, orgasmo ou de desvio sexual. O casal que convive com algum desses problemas, altamente geradores de ansiedade e angústia, encontra-se frente a uma incompatibilidade sexual. Um casal se torna compatível sexualmente quando os dois têm o mesmo apetite sexual. Porém, quando um é mais apetente que o outro — seu desejo é maior que o do parceiro — este pode ser um fator gerador de conflito, levando o casal a um descompasso sexual.


É bem possível que alguém renuncie ao sexo de maneira serena e consciente, sem se tornar um doente. Entretanto, permitir que, por preguiça, o desejo se dissolva no cotidiano, se mascare na doença ou se alinhe às raias das mágoas e rancores é desperdiçar a oportunidade de vivenciar uma das mais prazerosas experiências da vida. É abrir mão da própria vontade de permanecer nela.


O sexo bem vivido ou não, atinge todos os âmbitos da vida de uma pessoa. Um número alarmante de homens e mulheres no mundo todo, segundo pesquisas de alguns institutos, declaram que sua insatisfação e conflitos pertinentes ao sexo, prejudicam o lado profissional, familiar e social. O lazer fica impossível de ser vivido,"nada lá fora tem graça". Quanto à relação do casal, não é preciso nem comentar. Afeta a masculinidade e a feminilidade de cada um dos parceiros.


Pessoas maduras e saudáveis estão ávidas por uma vida sexual mais prazerosa, até bem mais tarde em suas vidas. Afinal, pra que viver mais se não se pode curtir os prazeres do sexo na sua plenitude?


Há meios de contornar o problema. Uma delas é a medicina com suas armas capazes de levantar até defunto. E os grandes beneficiados neste caso, são os homens, que, aliás, são as atuais vítimas da inapetência sexual. A indústria farmacêutica lançou em 1998 o Viagra para distúrbios de ereção, contudo o que se vê hoje em dia é que os homens estão sem vontade de fazer sexo. A partir dos 40 anos, os homens experimentam uma queda na produção de testosterona, o hormônio da libido. É um processo natural. Deles, 20% terão uma queda acima do normal — o que pode comprometer a libido. Nos homens, a falta de apetite sexual é um fenômeno muito menos comum do que a impotência.


As drogas para a disfunção sexual masculina, além de melhorarem a vida dos homens com problemas na cama, provocaram também uma mudança na vida de suas mulheres, que passaram a cobrar dos parceiros mais disposição para o sexo. O mais interessante é que agora, elas não perdem tempo em buscar ajuda de todo tipo, em consultórios de terapia, em sex shops e em cursos para apimentar a relação.


A baixa libido é a queixa mais freqüente nos consultórios de médicos e de terapeutas. São mulheres angustiadas por não conseguirem corresponder à procura do parceiro por sexo e de homens assustados ao constatar a falta de apetite sexual que tempos atrás nem era cogitada. Para essas pessoas, principalmente para os homens, o problema não é necessariamente a dificuldade em "funcionar" ou em "chegar lá", mas o desânimo até para pensar na coisa em si.


O que pesa muito sobre o desempenho sexual pode estar relacionado sim ao massacre pelas tensões da vida contemporânea, por disfunções hormonais e pela insensibilidade adquirida na rotina com um parceiro de leito de muitos anos. Mas o que vem pesando mesmo atualmente é o fato de as pessoas nunca terem dado tanta atenção ao assunto, como agora dão. Antigamente, como não se podia falar tanto e nem pensar tanto sobre sexo, homens e mulheres se resignavam às limitações impostas pela falta de desejo. Hoje se preocupam com o problema e buscam solução.


Se as mulheres se acham incompreendidas, os homens também alimentam as suas mágoas. Terapeutas lembram que, por trás de um parceiro sexualmente desaquecido, pode estar, por exemplo, um homem nocauteado em sua auto-estima. Várias causas levam à baixa estima, que pode esfriar o desejo masculino. O mais triste é quando os homens se convencem de que estão apenas momentaneamente cansados ou transferem a responsabilidade para suas parceiras, dizendo que ela já não é mais tão atraente ou que não sabe estimulá-lo. Pior ainda são aqueles que por relaxamento não procuram suas parceiras e atendem aos seus mínimos impulsos sexuais, masturbando-se no banheiro ou na sala enquanto ela dorme, condenando-as à abstinência sexual e aos seus efeitos psíquicos e emocionais.


Importante citar as razões orgânicas: problemas de ereção, ejaculação precoce ou preocupações quanto ao tamanho do pênis. O que pesa muito ainda sobre a virilidade é a terrível relação "sucesso profissional e performance sexual". O homem mal realizado profissionalmente pode deixar refletir seu insucesso na cama, pois seu símbolo de poder masculino, o pênis, pode sofrer influência pela circunstância. A depressão decorrente de acúmulo de problemas ou de um trauma qualquer também pode afetar a libido masculina.


Mas há o que se fazer quando não se tratam só de ansiedade, frustrações ou distúrbios hormonais, para que o casal que se ama não deixe de usufruir as maravilhas do sexo. Se aquele fogo de outrora foi reduzido a uma pequena brasinha pelo cansaço do cotidiano, pela chegada dos filhos, pela rotina, pela falta de novidade ou pelo envelhecimento dos corpos, o casal deve procurar combater a ação desses fatores, munido de boa vontade e de um enorme desejo de viver em plenitude, com qualidade e muito prazer.


Existem hoje em dia, várias formas de terapia para auxiliar pessoas com estes problemas. Os homens, antes de apelarem para as drogas da ereção, que mascaram o verdadeiro problema, podem, por exemplo, buscar auxílio nas salas de ioga, onde além de conseguirem equilíbrio e concentração de altíssima qualidade, fortalecem os músculos pélvicos, responsáveis por uma ereção de melhor qualidade. Equilíbrio, concentração e tônus muscular, é igual à virilidade garantida. Existem várias alternativas. É só combater a preguiça, os maus pensamentos, os conceitos modernos de poder — os quais, já está provado, não satisfazem a ninguém —, arregaçar as mangas e... mãos à obra.
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Autora: Jussara Hadadd é Filósofa e Terapeuta Sexual Feminina



28 de abril de 2010

Para uma sexualidade bem vivida

Hoje em dia, a impotência sexual por falta de qualidade da ereção, tamanho do pênis ou por ejaculação precoce já conta com recursos, tais como profissionais gabaritados, drogas, filosofias e técnicas alternativas que propiciam qualidade de vida aos homens e às suas parceiras. Ninguém mais precisa ficar nervoso por isso e basta não negligenciar, partindo em busca de uma solução. Não é tão fácil assim, eu sei, porém a vergonha em procurar ajuda pode atrapalhar bastante e postergar a felicidade e a boa convivência, levando, inclusive, a quadros complicados de desequilíbrio emocional e psicológico que certamente refletirão em toda sociedade.


Algumas mulheres já sabem que é possível viver bem sexualmente, ter qualidade de vida através de uma sexualidade bem vivida. Alguns homens também, contudo falta ainda uma grande maioria buscar esclarecimento sobre o assunto. Vivemos em um tempo onde o sexo tem uma expressão grandiosa na vida do ser humano. Ele é importante e como tudo que é importante, deve ser bem cuidado.


Tantos homens maravilhosos, talentosos, lindos, perdidos em seus complexos, camuflados em seus medos e fazendo sofrer mulheres maravilhosas também. Esposas fieis, namoradas lindas, inteligentes, atraentes, amantes ardentes que, incapazes de decifrar este enigma do comportamento masculino, se entregam de corpo alma e coração, se expondo a todo tipo de sofrimento em suas relações.


Dentre todas as questões e complexidades que envolvem o ser humano, esta que atinge os homens deve ser observada com atenção. Não é preciso ser um filósofo ou um pesquisador para identificar que algo errado está acontecendo, basta ter bom senso. É notório, incidente e reincidente. É presente nas relações, mas também é escondido dentro delas. Já sabem, né? Não se fala dessas coisas.


Aos olhos de todos, o homem que vive este dilema é um docinho. Bom amigo, parceirão de trabalho, pai indiscutivelmente maravilhoso e um marido humm... Toda mulher queria ter igual. Aos olhos de todos, entretanto a quem interessa mesmo, nem sempre o mocinho é tão docinho assim e, normalmente, a gotinha de vinagre que sai de dentro vem de um homem frustrado. O reflexo dessa frustração bate diretamente no entorno mais próximo, na mulher e na família.


Sendo o “cordeirinho” um solteiro, quem sofre, normalmente, é a mãe, que vive a levar “patadas” de todos os tipos e tamanhos, desde a mais tenra idade dele, que por não conseguir se auto-afirmar com as menininhas, leva para casa e para quem tem a voz mais fina todos os seus complexos e frustrações.


Quando é ficante, namorado ou noivo, a parceira não percebe muito esta ameaça, uma vez que o garotão vitorioso por conquistá-la, faz de tudo para mantê-la em seu domínio até que a mocinha se torne sua mulher. E é ai que o bicho pega. Em tempo de namoro ele até pode dar uma escorregadinha aqui e outra ali e ela notar o sinal de algum problema, entretanto como a maioria das mulheres está sempre doida para casar, vai arranjando justificativas e perdoando estas atitudes, que mais tarde se não esclarecidas certamente serão insuportáveis.


 Depois de casado e quando não tem mais nada a esconder, ou melhor dizendo, não podendo esconder mais nada, este homem não consegue disfarçar seus complexos e passa a descontar na mulher, nos filhos e nas questões domésticas tudo o que de mais intimo o incomoda e de uma forma amalgamada e endurecida bate com força justamente em quem mais o ama e o poderia compreender.


Simone de Beauvoir diz que “para todos os que sofrem de complexo de inferioridade há nisso um linimento milagroso: ninguém é mais arrogante em relação às mulheres, mais agressivo ou desdenhoso do que o homem que duvida de sua virilidade” – O Segundo Sexo – Primeira parte, pag. 20. Como todo bom fraco, o homem impotente sexualmente, tem como regra atacar para se defender. Alguns complexados têm por hábito pressupor que os outros sabem dos seus problemas, e não economizam em hostilidades no seu convívio. Esta é uma possibilidade.


Em outros casos este homem pode ficar deprimido, se isolar ou na pior das manifestações se tornar um criminoso sexual. Pode ainda ser um parceiro infiel, uma vez que precisa constantemente se auto-afirmar, buscando envolvimento com prostitutas para ouvir delas o quanto é maravilhoso como amante. Esta mulher não cobra uma postura, apenas faz o seu serviço. Este homem pode também estar sempre buscando moças mais novinhas e sem experiência para exercer o seu domínio.


Os dilemas inerentes a este homem passam desde o tamanho de seu órgão sexual e vão até o seu desempenho como amante. No tangente ao tamanho do seu órgão, o homem fica tão obcecado por ele ser pequeno que não pensa em alternativas para usá-lo com destreza do jeito que é. O que é perfeitamente possível. Pensa somente em ter um órgão maior, o que é impossível e isso o desnorteia.


Alternativas simples, como aprender a estocar corretamente, como manter o controle da sua boa ereção, como usar de recursos como o sexo oral e no caso de hoje em dia, atribuir às relações, acessórios eróticos para satisfazer sua parceira jamais são concebidas, sendo assim, o que fazer se não infernizar a vida dela não é mesmo? Pra que isso? Vejam só, a humildade, o raciocínio, a ponderação cabem mesmo em qualquer âmbito da vida e, neste caso, não seria diferente. O que pode impedir esta ação é o desespero que se instala no rapaz que, envergonhado, ou influenciado por sua criação, se nega a um auxilio profissional.


Muito sofrimento pode ser poupado quando o medo e o orgulho são combatidos e a vontade de ser feliz e de fazer feliz são maiores. Conheço casais que convivem com problemas relacionados ao que trazemos hoje aqui, pacificamente. Se amam e se completam. Quando o homem não se deixa contaminar por um estereótipo sexual, que normalmente é falso e não se revolta com a sua condição, fica muito mais fácil ser compreendido e auxiliado pela parceira. Conversar, expor seus limites, pedir ajuda, podem minimizar conflitos, ampliar consciências e estabelecer vínculos verdadeiramente plenos e satisfatórios.


Só não tem jeito para morte, dizia a minha avó e a avó de todo mundo,

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Jussara Hadadd é Filósofa e Terapeuta Sexual Feminina



27 de abril de 2010

Faça algo por você mesmo e seja feliz!





Vivemos acomodados e acomodando muita coisa no nosso dia-a-dia. Mas acomodamos poucos sorrisos. Estes deixamos de lado quando alguma coisa acontece que nos contraria. Perdemos a luta pela felicidade antes mesmo que ela comece, porque baixamos os braços e nos sentimos incapazes. Mas quem são os incapazes senão as pessoas que perderam todos os seus sonhos?



Para os fortes a desesperança é apenas uma palavra inventada para justificar a derrota antecipada dos que abandonaram a vontade de viver. A vida é tudo isso que temos aqui, é até mesmo os problemas que nos ensinam a ficar no lugar certo de vez em quando e a vida é o tempo que nos é dado graciosamente pelo Pai para colhermos dele nosso bem. Não acostume-se à tristeza e ao desânimo só porque te disseram que é assim. Não creia que seu destino é ser triste e que a vida é uma carga que você deve carregar de olhos baixos.
Jesus já carregou a cruz no nosso lugar e se algum fardo temos, Ele nos ajuda a carregar também. Nunca, nunca estamos sozinhos, nem mesmo quando nosso mais profundo âmago dói de tanta falta de presenças. Temos pés, mãos, braços e temos possibilidades. O que não nos é dado, inventaremos.



Namore a vida! Apaixone-se por ela, conquiste-a!
Alie-se ao tempo para construir com ele algo de bom e que deixe rastros da sua passagem por aqui.
Faça algo por você mesmo e seja feliz!
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Letícia Thompson



22 de abril de 2010

Depressão, um mal devastador.



Dos males que têm assolado a humanidade, a depressão é um dos mais perigosos. Ela se infiltra de maneira hipócrita na vida das pessoas e se instala, conduzindo e condenando a sua vítima a uma vida quase vegetal. No princípio, apenas uma tristeza; depois vem cansaço e desânimo até que aos poucos ela vai matando todas as forças vitais; a pessoa que sofre desse mal não vê nenhuma perspectiva para o futuro, acha que o presente não é interessante, não vê porta de saída e, pior, não sente vontade de vê-la.


A pessoa depressiva se sente incompreendida e se isola. Se ninguém a entende não há por que tentar se explicar. Por outro lado, o sentimento de abandono e solidão pode tornar-se imenso e pesado. O simples fato de viver é um fardo pesado demais para se carregar.


Ela pode ser causada por várias coisas: perda, de uma maneira geral: a morte de alguém que se ama; perda de um trabalho, amigo, namorado, enfim, de uma situação estável. O medo do dia de amanhã, a incerteza do futuro. O sentimento de responsabilidade diante de um nascimento, coisa comum entre as mulheres que acabam de dar à luz, explicado clinicamente pela baixa de hormônios, também causa depressão. Há artistas que não suportam o peso da fama. Uma vida monótona e vazia também conduz à depressão.


Acredito que as pessoas que levam a vida com mais seriedade tenham mais chance de tornarem-se depressivas. As pessoas que pensam demais acarretam mais coisas sobre si mesmas. A ajuda clínica pode ser benéfica, mas é preciso ir muito além para se ver livre dessa doença.


Conviver com um depressivo é difícil, pois por mais que a gente diga para a pessoa reagir, olhar para a frente, esta só vai sair desse buraco profundo se ela mesma sentir que quer sair. Podemos, talvez, servir de muletas, mas não de cadeiras de rodas para essas pessoas. Não podemos carregá-las nos braços o tempo todo, mesmo se no mais íntimo do nosso coração é o que gostaríamos de fazer. Mas há pessoas que não andam porque se recusam a andar; outras morrem porque decidem não mais viver e não há nada que possamos fazer. Podemos tentar ajudar a pessoa a pensar positivo. Mas só pensar positivo não basta; é necessário agir em função dos pensamentos. E é isso que precisamos compreender e fazer com que compreendam.


E esse mal devastador acaba não só com a pessoa atingida, mas se insinua em volta de todos aqueles que o cercam. Lidar com um depressivo é duro, pois dá sentimento de insuficiência, de incapacidade, de culpabilidade. Se não há um resultado, acabamos nos perguntando se não poderíamos ter feito uma coisinha a mais para ajudar, para levantar a pessoa e acabamos por nos sentir responsáveis, o que é muito perigoso para o nosso próprio equilíbrio.


Mas, querem saber de uma coisa? O importante é que façamos a nossa parte. Que estejamos do lado, que estendamos a mão, que oremos, juntos ou sozinhos. O importante é que amamos e sabemos que amamos a pessoa. Mas, ajudando, que saibamos estar o suficiente distantes para não nos deixar contagiar. Talvez um cego entenda melhor o outro, mas ele será melhor guiado por alguém que enxerga normalmente. Nesse caso, melhor é estar forte para tentar segurar a barra; estar firme caso o outro precise de estaca; estar alegre caso um sorriso seja necessário; ter um canto nos lábios para afastar a tristeza e um coração cheio de amor capaz de compreender, aceitar e ajudar e ainda assim continuar inteiro.
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Letícia Thompson




12 de abril de 2010

ACREDITE !



A crença, a fé e a esperança são, a meu ver, essenciais à sustentabilidade da nossa coragem para enfrentar, sem sucumbir, os grandes desafios das nossas vidas. Esse tema, no entanto, passou a ocupar espaço em minhas reflexões, desde que Marcelo Dourado, campeão do BBB10, exibiu no seu braço esquerdo a frase “SEM FÉ”, tatuada em tinta preta. Muitos a interpretaram equivocadamente, atribuindo-lhe um sentido religioso, que afirmaria o ateísmo do rapaz.


Depois, ele mesmo explicou que a sua falta de fé nada tinha a ver com Deus. Não. Ele fizera a tatoo, após sair do BBB4 e, fora do confinamento sofrera toda sorte de vicissitudes, perseguições, acusações falsas e injustas, além de ter tido as portas fechadas para as oportunidades que buscava de trabalho, quando percebera que a generosidade e a solidariedade não existiam para ele. Amargurado, execrado e com a imagem e a auto estima esmagadas, Dourado perdeu a fé na vida, nas pessoas e na bondade do mundo e, sobretudo, nele mesmo, em suas potencialidades. Deixou de acreditar!


Seis anos depois, quando estava no fundo do poço, veio-lhe o convite para participar do BBB10 e concorrer ao prêmio de um milhão e quinhentos mil reais. Entrou com sua falta de fé naquele mesmo lugar onde começara a sua via crucis, em 2004. Foi rejeitado, maltratado, espezinhado e perseguido pelos colegas do jogo. Apenas duas mulheres (Joseane e Lia) e um rapaz (Cadu) o acolheram e impediram que desistisse, pressionado pela hostilidade da maioria. Naquele dia, Dourado chorou diante de Lia, Cadu e Cacau.


Nunca esqueci a frase de Lia que parece ter erguido aquele gigante que estava em prantos e disposto a não mais sofrer sob a tirania e a mesquinharia dos demais concorrentes: “Essa sua cara de mau e suas tatuagens não me enganam. Eu sei que você é um cara legal”. Dourado ficou e começou a ACREDITAR NELE, em LIA e em CADU. Recuperou a Fé na luta e na tenacidade, acreditou que poderia ganhar aquele jogo, como se estivesse num tatame com 17 pessoas dispostas a jogá-lo na lona. E Venceu! Venceu e saiu daquela casa com a imagem e a auto estima resgatadas, com o passado negativo apagado da memória e, mais que tudo, ciente de que se tornou um ser humano bem melhor e bem mais experiente. Tudo porque ACREDITOU.


Como Dourado, nós também deixamos, muitas vezes, de acreditar, de ter fé! Aprendi, desde muito novinha, a cultivar a fé, a acreditar na imensurável força da nossa energia mental, para a consecução dos nossos desejos puros e legítimos. Mesmo , quando as evidências apontam para o contrário das minhas aspirações, mesmo assim sustento a minha fé. Mesmo assim, afirmo a minha convicção de que tudo vai dar certo, que conseguirei realizar os meus propósitos.


Para reforçar esta minha inarredável fé no poder da palavra e da nossa energia mental, transcrevo, abaixo, um estupendo texto de Letícia Thompson, intitulado ADREDITE! Leiam e reflitam sobre o assunto. Quem sabe, daqui por diante vai acreditar mais! (Por Eva)




ACREDITE


Nossa visão do mundo é muito limitada. Mesmo nossos sonhos mais longínquos não nos permitem ir mais além, quando nosso eu está ferido. Quando tudo vai mal, quando não conseguimos acrescentar uma gota sequer de solução aos nossos problemas, começamos a ver o mundo como se tudo fosse cinza, como se tivéssemos o poder de ir apagando toda a beleza que está espalhada à nossa volta.


A questão nem é ser negativo, pois uma pessoa negativa o será sempre, mas é de ir deixando aos poucos de acreditar que algo possa ser mudado, simplesmente porque o tempo é interminável quando sofremos ou esperamos alguma coisa que tarda a chegar, ou ainda quando tomamos as dores dos outros acompanhando o movimento do mundo.


Mas mesmo quando tudo estiver cinza, quando as possibilidades de saída te parecerem como muros altos e instransponíveis, continue acreditando! Não deixe a peteca cair! Eu garanto que enquanto você se mantiver em movimento para construir alguma coisa, a esperança vai estar no seu caminho como uma vela acesa iluminando sua passagem. As esperanças só morrem quando morremos em nós, quando deixamos de acreditar que a vida é esse monte de vivências às vezes contraditórias, doloridas e belas ao mesmo tempo.


Jamais permita que a tristeza tenha símbolo do seu nome! Que ela venha quando não puder evitá-la, mas que fique justo o tempo necessário para ensinar alguma coisa. Pare um pouquinho e olhe a natureza: ela nunca desiste! As estrelas continuam brilhando apesar dos vendavais que agitam as nuvens.


A solidão às vezes é benéfica, quando nos faz refletir sobre nosso eu e nossas razões de vida. Mas não deve ser uma companheira inseparável que nos isola do mundo. Há mãos estendidas na nossa direção. Sempre há! Só não vemos quando olhamos pra trás ou quando fechamos os olhos. Mesmo quando não acreditamos em mais nada, Deus continua acreditando em nós. E Ele renova nossas forças, nos sustenta, nos mantém de pé, ainda se nossos joelhos se dobram e nos sentimos incapazes de continuar.


O importante é continuar essa aventura da vida, sem baixar os braços, sem baixar a cabeça. Temos todo o direito de cair, mas temos o dever de resistir. Ainda que a lua se consuma e o sol desapareça, que o infinito se desfaça e a terra se perca, há esperança para cada um de nós. Eu acredito! Eu sei que muitos e muitos precisam continuar acreditando que o melhor ainda está por vir. E desejo que acreditem! Acreditam sempre!


Obrigada ainda a todos vocês que juntam-se a nós agora e aos que já estão há tempos. Somos uma grande lista e se cada um de nós passar um pouco pelo menos de esperança a uma outra pessoa, o mundo já terá tido uma mudança positiva. Quando se trata de amor não devemos quebrar correntes, mas criá-las. Que esse dia e noite sejam abençoados. Que haja um brilho especial para cada um! Que o Senhor esteja presente a cada momento.


Autora: Letícia Thompson


1 de abril de 2010

Mazelas de uma jovem septuagenária!







Li há dias um texto escrito pela escritora portuguesa  Rosa Lobato de Farias que  me  deixou encantadíssima com a filosofia de vida da autora e com a sua maneira positiva de estar na vida. Identifiquei-me de forma absoluta com a atitude dela perante a passagem do tempo e o avançar da idade, ignorando a temporalidade cronológica  em favor de uma apaixonada adesão à temporalidade subjetiva, que nos permite viver, não como a  nossa aparência exterior exige, mas sim como a nossa realidade mental e a nossa energia vital determinam. 


 Tal atitude é de uma sabedoria indiscutível, faz bem a alma de quem tem a coragem e a ousadia de assumi-la. Posso afirmar isto, porque me vi projetada no texto de Rosa Lobato, pois, como ela, também assumo a idade que sinto ter e não a que a perversidade do espelho me mostra. Talvez por isto as pessoas não acreditem, quando declaro minhas décadas e, invariavelmente, digam:  Como pode?  Você aparenta ter muito menos! 


 Reconheço que a genética me deu uma ajudazinha, mas sei que é a energia e a exuberância que vêm de dentro de mim que me rejuvenessem, é a forma apaixonada como encaro a vida e o entusiasmo que invisto tudo quanto faço que passam a impressão de uma juventude que só existe no meu interior. Rosa Lobato de Farias faleceu no mesmo ano em que escreveu o texto - MAZELAS -  que hoje posto aqui.


Mazelas é uma Ode à alegria de viver, é uma grande lição de vida deixada para as pessoas que, equivocadamente, acreditam que a velhice é um tempo obscuro, que é apenas a antecâmara da morte, que representa a cessação de uma existência plena, prazerosa e ativa. Ela mostrou que não é assim, vivendo em plenitude sua juventude interior até a sua partida para uma outra forma de vida. ( Eva-RN)




MAZELAS


Aos 77 anos, como é natural, aparecem-nos todas as mazelas. Insignificâncias: uma dor aqui, uma dor ali, nas costas, na perna, na cabeça, uma pequena coisa na pele, na unha, no olho. Não ligo nenhuma. Porque a minha maior mazela é não acreditar que tenho 77 anos.


Eu bem me farto de dizer aos quatro ventos a minha idade e ver se interiorizo este facto, mas por dentro, estou na casa dos trinta, vá lá quarenta, mas não passo daí.   Setenta e sete anos? Que loucura!


Tenho sempre tantas coisas para fazer, para acabar, para ler, para escrever, tanto lugar para visitar, tanto museu para ver, e depois as mazelas – ai!-, mas vou. Porque tenho trinta anos e, evidentemente, tenho que ir.


Não tenho a noção de ser uma senhora velha. Digo Estava lá uma velhota, ou Imaginem que uma velha... Estou a falar de pessoas provavelmente mais novas que eu, mas não enxergo. Até quando irá durar esta idade subjetiva que não me deixa envelhecer tranquilamente?


Só quando me oferecem o braço (já caí na rua e parti a perna, mas nem assim...), quando me sentam no lugar de honra à mesa, quando me dão o assento da direita no automóvel, quando não me dirigem galanteios (que estranho!), acordo para a realidade: ai, é verdade, tenho 77 anos, que maçada...


Ultimamente, tive (ou tenho, ainda não percebi) cancro de mama. Como acho que Deus não me ia mandar uma doença só para me chatear, abri uma campanha de sensibilização (televisão incluída), para que as mulheres façam mamografias. Transformei a porcaria da doença numa coisa positiva.


Passei os trâmites habituais: operação, radioterapia, etc. Tudo pacífico. Ainda por cima, o médico disse-me que era pouco provável que o cancro me matasse, porque, na minha idade, as células já não são o que eram... Aí, sim?
Tenho 77 anos, que alegria!...


Autora: Rosa Lobato Farias
Escritora e atriz portuguesa.
(Não foi o cancro que matou Rosa, mas sim outras “mazelas” que nada tinham a ver com esta doença)