12 de abril de 2010

ACREDITE !



A crença, a fé e a esperança são, a meu ver, essenciais à sustentabilidade da nossa coragem para enfrentar, sem sucumbir, os grandes desafios das nossas vidas. Esse tema, no entanto, passou a ocupar espaço em minhas reflexões, desde que Marcelo Dourado, campeão do BBB10, exibiu no seu braço esquerdo a frase “SEM FÉ”, tatuada em tinta preta. Muitos a interpretaram equivocadamente, atribuindo-lhe um sentido religioso, que afirmaria o ateísmo do rapaz.


Depois, ele mesmo explicou que a sua falta de fé nada tinha a ver com Deus. Não. Ele fizera a tatoo, após sair do BBB4 e, fora do confinamento sofrera toda sorte de vicissitudes, perseguições, acusações falsas e injustas, além de ter tido as portas fechadas para as oportunidades que buscava de trabalho, quando percebera que a generosidade e a solidariedade não existiam para ele. Amargurado, execrado e com a imagem e a auto estima esmagadas, Dourado perdeu a fé na vida, nas pessoas e na bondade do mundo e, sobretudo, nele mesmo, em suas potencialidades. Deixou de acreditar!


Seis anos depois, quando estava no fundo do poço, veio-lhe o convite para participar do BBB10 e concorrer ao prêmio de um milhão e quinhentos mil reais. Entrou com sua falta de fé naquele mesmo lugar onde começara a sua via crucis, em 2004. Foi rejeitado, maltratado, espezinhado e perseguido pelos colegas do jogo. Apenas duas mulheres (Joseane e Lia) e um rapaz (Cadu) o acolheram e impediram que desistisse, pressionado pela hostilidade da maioria. Naquele dia, Dourado chorou diante de Lia, Cadu e Cacau.


Nunca esqueci a frase de Lia que parece ter erguido aquele gigante que estava em prantos e disposto a não mais sofrer sob a tirania e a mesquinharia dos demais concorrentes: “Essa sua cara de mau e suas tatuagens não me enganam. Eu sei que você é um cara legal”. Dourado ficou e começou a ACREDITAR NELE, em LIA e em CADU. Recuperou a Fé na luta e na tenacidade, acreditou que poderia ganhar aquele jogo, como se estivesse num tatame com 17 pessoas dispostas a jogá-lo na lona. E Venceu! Venceu e saiu daquela casa com a imagem e a auto estima resgatadas, com o passado negativo apagado da memória e, mais que tudo, ciente de que se tornou um ser humano bem melhor e bem mais experiente. Tudo porque ACREDITOU.


Como Dourado, nós também deixamos, muitas vezes, de acreditar, de ter fé! Aprendi, desde muito novinha, a cultivar a fé, a acreditar na imensurável força da nossa energia mental, para a consecução dos nossos desejos puros e legítimos. Mesmo , quando as evidências apontam para o contrário das minhas aspirações, mesmo assim sustento a minha fé. Mesmo assim, afirmo a minha convicção de que tudo vai dar certo, que conseguirei realizar os meus propósitos.


Para reforçar esta minha inarredável fé no poder da palavra e da nossa energia mental, transcrevo, abaixo, um estupendo texto de Letícia Thompson, intitulado ADREDITE! Leiam e reflitam sobre o assunto. Quem sabe, daqui por diante vai acreditar mais! (Por Eva)




ACREDITE


Nossa visão do mundo é muito limitada. Mesmo nossos sonhos mais longínquos não nos permitem ir mais além, quando nosso eu está ferido. Quando tudo vai mal, quando não conseguimos acrescentar uma gota sequer de solução aos nossos problemas, começamos a ver o mundo como se tudo fosse cinza, como se tivéssemos o poder de ir apagando toda a beleza que está espalhada à nossa volta.


A questão nem é ser negativo, pois uma pessoa negativa o será sempre, mas é de ir deixando aos poucos de acreditar que algo possa ser mudado, simplesmente porque o tempo é interminável quando sofremos ou esperamos alguma coisa que tarda a chegar, ou ainda quando tomamos as dores dos outros acompanhando o movimento do mundo.


Mas mesmo quando tudo estiver cinza, quando as possibilidades de saída te parecerem como muros altos e instransponíveis, continue acreditando! Não deixe a peteca cair! Eu garanto que enquanto você se mantiver em movimento para construir alguma coisa, a esperança vai estar no seu caminho como uma vela acesa iluminando sua passagem. As esperanças só morrem quando morremos em nós, quando deixamos de acreditar que a vida é esse monte de vivências às vezes contraditórias, doloridas e belas ao mesmo tempo.


Jamais permita que a tristeza tenha símbolo do seu nome! Que ela venha quando não puder evitá-la, mas que fique justo o tempo necessário para ensinar alguma coisa. Pare um pouquinho e olhe a natureza: ela nunca desiste! As estrelas continuam brilhando apesar dos vendavais que agitam as nuvens.


A solidão às vezes é benéfica, quando nos faz refletir sobre nosso eu e nossas razões de vida. Mas não deve ser uma companheira inseparável que nos isola do mundo. Há mãos estendidas na nossa direção. Sempre há! Só não vemos quando olhamos pra trás ou quando fechamos os olhos. Mesmo quando não acreditamos em mais nada, Deus continua acreditando em nós. E Ele renova nossas forças, nos sustenta, nos mantém de pé, ainda se nossos joelhos se dobram e nos sentimos incapazes de continuar.


O importante é continuar essa aventura da vida, sem baixar os braços, sem baixar a cabeça. Temos todo o direito de cair, mas temos o dever de resistir. Ainda que a lua se consuma e o sol desapareça, que o infinito se desfaça e a terra se perca, há esperança para cada um de nós. Eu acredito! Eu sei que muitos e muitos precisam continuar acreditando que o melhor ainda está por vir. E desejo que acreditem! Acreditam sempre!


Obrigada ainda a todos vocês que juntam-se a nós agora e aos que já estão há tempos. Somos uma grande lista e se cada um de nós passar um pouco pelo menos de esperança a uma outra pessoa, o mundo já terá tido uma mudança positiva. Quando se trata de amor não devemos quebrar correntes, mas criá-las. Que esse dia e noite sejam abençoados. Que haja um brilho especial para cada um! Que o Senhor esteja presente a cada momento.


Autora: Letícia Thompson


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