21 de outubro de 2009

AS NOSSAS ESCOLHAS





A vida é feita de escolhas. Elegemos os nossos amigos, os nossos esportes favoritos, o nosso repertório musical, o estilo de roupa, os nossos valores, os candidatos políticos, os lugares que apreciamos estar... Enfim, vamos alinhavando através dessas escolhas, a nossa própria imagem. Dentro desse universo de opções em que vivemos, vamos delimitando o nosso próprio mundo e dando os contornos da nossa própria cara.



Cada escolha que fazemos, é como se fosse um pedacinho de pano, que somado aos outros retalhos vai resultar na colcha que somos. E se somos autênticos nessas escolhas, teremos pessoas muito semelhantes à nossa volta... Porque essa é a lei da atração – atraímos as pessoas que são nossos pares, que têm os mesmos ideais, convicções e interesses semelhantes...



Dificilmente, poderíamos escolher como amigo ou alguém da nossa estima, uma pessoa que tenha valores tão diversos dos nossos... E mesmo que isso viesse a acontecer (considerando que o amor, tem razões, que até a razão desconhece), no momento em que fazemos essa constatação, que tomamos consciência dessas diferenças, que não são pequenas, nem insignificantes, certamente algo novo acontece, ou seja, a magia se acaba e a distância se estabelece. Não que isso aconteça como uma retaliação, mas é o que ocorre naturalmente... Quando não existe mais uma comunhão, um entendimento , o que resta a fazer é sair de cena, simples assim.



Por isso, quando uma pessoa não é verdadeira consigo mesma e adota valores ou posturas por simples conveniência; num dado momento, ela vai esquecer o seu “script” e revelar não mais o personagem que representava, mas a sua própria identidade -- isso é infalível!



Você jamais se esquece de quem é... as máscaras sociais, muitas vezes usadas como defesa, acabam caindo, inevitavelmente... A nossa essência jamais desaparece, nem evapora. Ela tem a ver com a nossa alma, com a nossa energia mais pura – é ímpar, singular.



Por isso quando gostamos de conversar com alguém, de estar na companhia de alguém – o tempo parece não ter mais importância... a paisagem se torna secundária, por mais encantadora que seja. Eleger é fundamental, mas para isso devemos nos conhecer intimamente. Somente quem se conhece, faz as escolhas certas. Quem não sabe escolher,  não sabe quais são as suas preferências e acaba se tornando uma “Maria vai com as outras” .



O senso comum tem a sua importância, claro, mas nem sempre nos acomodamos nele. Saber posicionar-se é tomar partido e isso é um exercício diário – é o que molda a nossa personalidade. Eleger é tornar autêntica ou legítima a nossa vontade, a nossa opinião, a nossa visão de mundo. É antes de tudo um direito e quem abre mão dele, corre o risco de perder a si mesmo.

Escrito por Elaine Bertone



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